quinta-feira, novembro 30, 2006

...:suspiro em frágil sustenido:...

...:fragilidades:...
Morre-se apenas uma vez de cada vez. E nunca nenhuma delas é a última. Quantas mais mortes, pergunto eu. Quantas?, para que o mundo comece a não parecer frágil?

Dou-me conta que me esqueci de procurar a Lua, esqueci-me de mergulhar, esqueci-me de criar outros arco-íris, outros meninos-dos-olhos, outras paisagens por onde estender o olhar e demorar-me por lá.

Apanhei demasiados comboios, que iam sempre dar ao mesmo sítio. Esqueci-me de percorrer a pé outros apeadeiros.

Esqueci-me de dançar na hora do recolhimento, esqueci-me de chorar com a chuva. Esqueci-me de não ter pressa.

E, por isso tudo, morro de novo... para me lembrar que sou frágil.

...morremos sempre que nos esquecemos...

...morreremos ainda mais quando for a última vez.

1 Comments:

Blogger RK said...

Da mesma maneira que o nosso lado mais forte tem uma função de nos proteger. Usa esse teu lado frágil não para teres uma visão escura da vida mas para achares beleza na escuridão da vida.
Tu própria fazes com que se aperceba de pequenas coisas que passam imperceptiveis na noite. Como os candeeiros da rua que acabam por ter uma sombra bonita. Ou como a chuva de folhas que cai todos os anos por esta altura.
Sorri quando pisares uma poça.
As coisas mais frágeis costumam ser as mais valiosas.

dezembro 08, 2006 5:23 da tarde  

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