quinta-feira, outubro 04, 2007

pelos caminhos de Portugal

[breve nota introdutória: para quem ainda não se apercebeu, existem locais em Portugal com nomes fantásticos. Juntando uma pitada de imaginação a muita diversão, este pequeno texto resultou de 4.30h de viagem entre Lisboa e as terras do Douro, mais precisamente, Trevões. Espero que se divirtam tanto a lê-lo como eu e a A. a escrevê-lo!]

O pequeno Gonçalo andava a brincar, mas como tinha Terrenho no nariz, Trancoso na casa-de-banho durante uns tempos. Quando saiu, chamou a mãe: "Olha, mãe, já Massoeime!".

A mãe, que era uma senhora toda Lageosa, franziu a sua Sernancelhe, desconfiada. Mas entretanto esqueceu o assunto, porque tinha a Penela ao lume.

Assomando-se à porta, trazido pelo cheiro delicioso do cozinhado, o vizinho, o sr. Santo António do Rio Diz*, cheio de Friúmes: "Vós Cebolais? Vejo que preparais um belo Retaxo. Posso aprochegar-me à vossa Beira... Baixa e Provesende-lo?".

"Não", reponde a Senhora da Estrada, "porque vós sois um Fornotelheiro e estais cheio de Sarnadas!"

Ao ouvir esta troca de galhardetes, o filho mais velho Trancoso no quarto, enfurecido: "Oh mãe! Manda embora esse Lamego ou eu atiço-lhe os Carnicães!". O jovem, um bocado Mendo Gordo que nos últimos tempos, retoma o seu consumo de uma variedade de Ucanha alucinogénica Meimoa e, infelizmente, apanha uma Ervedosa do Douro.

No dia seguinte, o cheiro a Vermum já se espalhava pela casa e a Senhora da Estrada encontra o seu filho, estendido sobre a cama. Nisto, o céu escurece, enquanto se ouvem Trevões assustadores, reforçando a Moimenta em que a mãe se encontrava.

FIM

* contracção de Santo António do Rio com Rio Diz