domingo, novembro 27, 2005

Difícil?!

«Difícil é dizer bom dia,

Pronunciar a primeira palavra,

Dar o primeiro beijo,

Morrer pela última vez.»

Ione França, O Século dos Anjos

terça-feira, novembro 22, 2005

[ P A R Ê N T E S I S ]

Perdi o hábito de escrever... criei o blog na esperança de voltar a fazer estórias, mas a verdade é que só tenho ido buscar coisas velhas ao fundo da gaveta. Coisas que fazem parte de quem sei que sou, é certo, mas nada de novo.
Não tenho um caderno azul (como o B.), nem vermelho, nem amarelo... tenho vários, cheios de caligrafias diferentes, porque escritas em momentos diferentes, e só um está terminado. É de 1997. Gostava muito de escrever nessa altura, quando tudo parecia ser sempre... muito. Muitos ideais, muitas emoções, muitas desilusões, muitas gargalhadas. Muitos muito.
É inevitável o crescimento. Do pouco que sabemos que somos.
De repente, olhamos para as mãos e percebemos que as suas linhas se tornaram diferentes. As patetices de afirmação pessoal ficam para trás. Os joguinhos de sociabilização também. Passamos a jogar com outras cartas. E com outras caras.
Há, certamente, caras que ficam presas à nossa vida com teimosia, com quem aprendemos, certamente, alguma coisa, todos os dias.
Há outras que nos dizem apenas uma palavra, que muda para sempre a nossa maneira de sorrir. Ficamos a agradecer-lhes, eternamente, com esses sorrisos novos, apesar de nunca mais as voltarmos a encontrar.
Depois, há ainda as outras tantas. As que passam. As que nem reconhecemos, quando nos sentamos ao seu lado no comboio ou nalguma fila de espera.
É inevitável o esquecimento. Do que não é importante.
Somos feitos de fragmentos dessas estórias que ficam no fundo das gavetas. Das boas e das menos boas. É salutar chorar, não se deve nunca ter medo disso. O corpo precisa equilibrar as emoções. Mas também é salutar enfrentar positivamente as experiências más. Há muito a aprender. E o que não nos mata, torna-nos mais fortes. Muito mais fortes. É a :: atitude do sol ::
Reunir os fragmentos é uma das partes difíceis. Conseguir conciliá-los, ainda mais. Há alguns que parecem tão contraditórios! Como raio vamos fazer uma estória com eles?! [dica culinária: torradas com manteiga e mel ou queijo flamengo derretido na sopa, por mais estranho que pareça, conseguem ser autênticos manjares dos deuses, por isso...]
Mas ninguém disse que não podemos reciclar o que queremos guardar como nosso. De vez em quando, sabe bem reformularmos o que temos no fundo das gavetas. Deitar fora o que passou da validade e arranjar espaço para as coisas novas. Acabar com o que nos irrita, de uma vez por todas. O que nos faz mal, de alguma forma, não nos deve servir.
Em todo este processo, o de fazermos a nossa própria estória para procurarmos outras novas, só é preciso assumirmos quem sabemos que somos. E sermos INTEIROS.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Levar Lisboa à Letra

Lisboa de Bolso

Há Noites de Luar...

luar rasgado

quarta-feira, novembro 16, 2005

Quando as luzes se apagam

Conheci, uma vez, uma pessoa-criança que gostava de histórias de nuvens e que queria ir ver o Mar...

"Este ar aqui está cheio de sal, não está?", dizia-me, enquanto fechava os olhos e inspirava com força o cheiro a éter do hospital. "As árvores podem viver no mar?", perguntou-me ao abrir os olhos e o sorriso.

E foi então que a vi ser levada ao colo até à Lua, onde a sua alma de nuvem descansa e morre de novo para reencarnar noutra vida.

Será que o Mar chega até à Lua, quando se apagam as luzes?

Histórias de Nuvens

“A que te sabem os sonhos?”, e deixei que adivinhasses o resto. Como quando éramos crianças, deitámo-nos na relva e contámos histórias com as figuras das nuvens...
“E havia uma princesa...”, desta vez, foste tu que não disseste mais nada... e fizeste-me beber a imagem dessa princesa dos teus olhos, enquanto me saboreavas os lábios...
“É a música do verde deste lugar que me faz sentir assim”, e vi o sorriso das minhas palavras formar-se no ar, como as nuvens das nossas histórias...
Guardaste-lhes o sabor?

Ser inteiro

«Para ser grande sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.»
Odes, de Ricardo Reis

domingo, novembro 13, 2005

Há coisas na vida que...

sábado, novembro 12, 2005

"Conta com aquilo que és, só podes dar aquilo que é teu"

segunda-feira, novembro 07, 2005

Ter a atitude do sol

Mesmo que o sol não brilhe, não quer dizer que ele não exista.
Já repeti isto a mim própria e aos outros centenas de vezes e, em todas essas vezes, nunca deixou de fazer sentido.

É sempre preciso ter o sol como atitude perante a nossa vida, principalmente, quando sentimos que nos arrancaram algum tapete de debaixo dos pés. Ver para além do que se nos depara pela frente. Sacudir o pó dos olhos.

E, acima de tudo, não pensar pequenino.